Esteio: mediação avança no combate ao assédio moral, mas direção do São Camilo se recusa a discutir jornada e folgas
Na manhã desta sexta (6), aconteceu a terceira mediação entre SERGS, Sindisaúde Vale do Sinos e Fundação de Saúde Pública São Camilo de Esteio, no TRT-4. O SERGS foi representado por seu diretor e também enfermeiro do São Camilo, Ismael Miranda da Rosa, e pela advogada Jaqueline Matiazzo, da assessoria jurídica do sindicato.
O acordo avançou em alguns pontos trazidos pelos sindicatos nas mediações anteriores. A gestão do Hospital São Camilo terá de destinar local para a oitiva de Procedimentos Administrativos Disciplinares (PADs), garantindo a confidencialidade e segurança dos envolvidos e adaptar o canal de acolhimento para os casos de assédio na Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), com garantia de participação dos sindicatos.
A liderança assediadora denunciada será afastada da Comissão de Processos Administrativos. Também serão realizados treinamentos obrigatórios e periódicos das lideranças sobre prevenção de assédio, comunicação não-violenta e gestão humanizada e a instituição se comprometeu a implantar a política de prevenção de riscos psicossociais prevista na NR1. Por fim, a gestão do São Camilo deverá orientar suas chefias a não realizarem conversas individuais e coercitivas, devendo adotar postura transparente quanto às mudanças de turnos e escalas, inclusive quando estas decorrerem do cumprimento de decisões judiciais.
SERGS e Sindisaúde Vale do Sinos, por sua vez, terão dez dias para apresentar uma proposta de comissão específica para os casos de assédio e se comprometeram a juntar nos autos as denúncias relacionadas às chefias, para conhecimento e providências.
Apesar de todos esses avanços em relação ao assédio moral, não houve evolução quanto à proposta de alteração da jornada mensal de trabalho 12×36 noturno, com a retirada de folgas praticadas há mais de 20 anos, durante o processo de mediação.
“Hoje já há um passivo trabalhista de R$ 70 milhões em precatórios e tende a aumentar com essa falta de acordo sobre a jornada e folgas”, comentou Ismael, informando que o movimento de luta dos trabalhadores continua na próxima semana.