SERGS permanece visitando unidades e acompanhando situação do IMESF

A diretoria do SERGS segue visitando as unidades de saúde de Porto Alegre impactadas com a terceirização pela Prefeitura de Porto Alegre. Muitos trabalhadores estão sendo realocados por resistirem às demissões. O Sindicato lembra que a decisão liminar da juíza Ana Carolina Quadrado Ilha, do último dia 20 de dezembro, considera NULOS todos os avisos prévios realizados pelo IMESF e determina a reintegração dos despedidos imotivadamente. Assim, todos os trabalhadores estão com seus contratos ativos e segue suspensa qualquer demissão até que seja expedida nova decisão.

Nesta quarta, dia 8, a presidente Cláudia Franco e o vice-presidente Ismael da Rosa estiveram conversando com a equipe de enfermeiras da unidade Moradas da Hípica. Também passam por transição as unidades MOAB Caldas, Glória, 1º de maio, Farrapos, Diretor Pestana, IAPI, Campo da Tuca, Santo Alfredo, Guarujá, Campo Novo, Nova Brasília, Sarandi, Macedônia, Lami e Belém Novo.

Mais do que nunca é hora de lutar pelo SUS e a Estratégia da Saúde da Família nas comunidades e contra a precarização dos serviços de saúde. “Estes trabalhadores que estão sendo realocados fizeram um concurso público e possuem vínculo com as comunidades, muito diferente das equipes que estão sendo recrutadas pelas entidades contratadas pela Prefeitura”, afirma o vice-presidente Ismael. “É importante lembrar também que estes novos contratos são temporários e sem garantias para estes profissionais. Defendemos a contratação direta dos concursados pela Prefeitura”, acrescenta a presidente Cláudia.

 

Fórum em Defesa do SUS/RS se posiciona contrário à privatização da saúde de Porto Alegre

Nesta semana, o Fórum em Defesa do SUS no Rio Grande do Sul se somou às entidades que lutam contra essa situação de fechamento intempestivo do IMESF e demissão dos concursados. Diz a nota emitida pelo fórum:

“Não se trata apenas da demissão de 1840 trabalhadores/as, mas também da privatização da saúde da cidade! O prefeito Nelson Marchezan Júnior perdeu há poucos dias uma batalha judicial, a partir de uma iniciativa do Sindisaúde e do SERGS, que o impede de demitir os trabalhadores/as do IMESF que já haviam assinado o aviso prévio. No entanto, isso é provisório. Se iniciará o processo de julgamento da liminar no dia 10 de janeiro de 2020, podendo ser, portanto, favorável aos trabalhadores/as ou não. Apenas algumas unidades da Atenção Básica em Saúde receberam o aviso prévio no mês de dezembro, as unidades do Programa Saúde na Hora. O prefeito não conseguiu demitir os/as trabalhadoras a tempo antes de implementar o programa, que estende o horário de funcionamento, impondo uma lógica de pronto atendimento e retirando o caráter da Atenção Básica em Saúde, fazendo com que as empresas contratadas precisassem assumir as unidades de qualquer maneira. Com isso, as equipes contratadas pelas OSS adentraram às unidades de saúde, estando junto às equipes do IMESF, causando tumulto no processo de trabalho e no atendimento aos usuários. Importante ressaltar que estes trabalhadores/as que estão sendo contratados/as pelas empresas não são culpados por esse processo, mas sim a gestão de Porto Alegre, o prefeito e o secretário de saúde do município, Nelson Marchezan Junior e Pablo Sturmer respectivamente. As equipes têm vivido um processo adoecedor, sob o risco de perder seu emprego e precisando conviver e até mesmo treinar os/as novos/as trabalhadores/as – coisa que não é de responsabilidade dos/as profissionais, mas das instituições que assumiram as unidades. Os/as trabalhadoras do IMESF têm promessa de remanejo à outras unidades de saúde com vacância de trabalhadores/as. As equipes de saúde estão sendo desmontadas. O vínculo com os/as usuários/as, com as comunidades, com os territórios estão sendo quebrados de maneira cruel, retirando trabalhadores/as que estão há anos prestando serviço, trabalhando além do que sua estrutura permite, tentando suprir a falta de estrutura que o Estado não fornece, conhecendo a fundo a realidade de cada família, criando vínculos que nenhum outro aparato do Estado consegue criar. Mas o prefeito, o secretário municipal de saúde e o secretário de Atenção Primária em Saúde do Brasil, Erno Harzheim parecem não se importar com isso. Pelo contrário, isso é parte de um plano estratégico para desmontar a Atenção Primária pública e servir de modelo para o país todo. Ou seja, o que acontecer na saúde de Porto Alegre vai repercutir no Brasil inteiro. A privatização da Atenção Básica de Porto Alegre já está acontecendo, como prevíamos. Precisamos denunciar essa atrocidade que está se instalando na saúde da cidade e, em breve, de todo o país. Não vamos aceitar a privatização, nem contratos precários de trabalho, nem demissão de qualquer trabalhador/a! Precisamos radicalizar nossa luta, pois o projeto da classe dominante é privatizar! Não vamos permitir a privatização do SUS nem de nenhum direito da classe trabalhadora! EXIGIMOS A GESTÃO DIRETA DA SAÚDE!  PELA CONTRATAÇÃO DIRETA IMEDIATA DOS E DAS TRABALHADORAS DO IMESF PELO MUNICÍPIO! SAÚDE NÃO É MERCADORIA! NÃO AO DESMONTE DO SUS!

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