Caso IMESF: mediação dá prazo para a Prefeitura de POA apresentar proposta
Uma audiência de mediação histórica sobre o caso IMESF aconteceu nesta quinta, dia 31, no TRF-4, em Porto Alegre. Conduzida pelo Desembargador Ricardo Fraga, teve a participação da presidenta do Tribunal, Vânia Cunha Matos, representantes da Procuradoria Geral da União, Ministério Público Federal e Estadual, vereadores do município, dirigentes e representantes dos sindicatos de trabalhadores ligados ao Instituto – Sindicato dos Enfermeiros do Rio Grande do Sul (SERGS), Sindisaúde, Simers, Sindacs, Soergs e Sindacs.
O Executivo Municipal ganhou prazo até 13 de novembro para apresentar uma proposta sobre o futuro do IMESF, com cronograma detalhado. Neste período, a Prefeitura não deverá tomar nenhuma medida conflitante e não serão descontados dos trabalhadores os dias paralisados. A suspensão da greve até que aconteça a nova mediação – para avaliação da proposta – foi votada hoje, no final do dia, em assembleia convocada pelos sindicatos.
Segundo a presidenta do SERGS, Cláudia Franco, essa foi uma mediação com muitos avanços, uma vitória em tantos meses sem uma negociação concreta com o município. “Esperamos que a Prefeitura cumpra agora o que foi tratado nesta mediação. Os profissionais da saúde vinculados ao IMESF estão trabalhando adoentados com tanta insegurança em relação ao destino de seus empregos e sob forte assédio”, afirmou.
Durante a mediação, várias falas endossaram a luta dos sindicatos. A Presidenta da Câmara de Vereadores, Mônica Leal, enfatizou que todos os vereadores foram surpreendidos com esta situação e que buscam uma solução para apaziguar o conflito. O vereador Aldacir Oliboni, presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Trabalhadores do IMESF, disse que há muito tempo se busca abrir uma mesa de negociação e que o ideal não é demitir, mas incorporar os trabalhadores que hoje atuam no instituto.
Também foi lembrado que já foi elaborado um documento na Câmara de Vereadores, com assinatura de 19 vereadores, para solicitação de um Projeto de Lei pelo Executivo de criação de uma empresa pública para atenção básica em saúde em Porto Alegre.
Nas manifestações dos representantes sindicais, os pontos principais trazidos foram a preocupação com a situação das famílias dos trabalhadores que ficariam desprovidos de salários com as demissões e a desassistência da população mais necessitada na atenção básica.
O Desembargador Ricardo Fraga finalizou registrando em ata o prazo dado ao município e enfatizou: “Quem decide o que o prefeito vai fazer em relação ao IMESF seremos todos nós, aqui nesta mesa”.
Assembleia decide pela suspensão temporária da greve
A assembleia dos trabalhadores realizada também no dia 31 deliberou pela suspensão temporária da greve. De acordo com a diretora Inara Ruas, que representou o SERGS na assembleia, foi consenso de que a mobilização permanece, pois a negociação avançou mas o jogo não está ganho. Também foi valorizado o esforço das entidades sindicais na pressão junto à Prefeitura e demais poderes, resultando em avanços.
Buscando sempre a verdade. SERGS presente!
Texto e fotos: Jornalista Laura Glüer