IFUC: sindicatos buscam soluções para pagamento de rescisões dos trabalhadores demitidos(as)

Sem apoio do governo do Estado, proposta é que parte da venda do Hospital de Viamão seja usada para pagar rescisões no município e também em Alvorada

 

Nesta terça (30), aconteceu uma nova sessão de mediação no TRT-4 envolvendo a transição na gestão dos hospitais de Alvorada e Cachoeirinha e a situação dos trabalhadores demitidos pelo Instituto Fundação Universitária de Cardiologia (IFUC).

O SERGS foi representado por presidente em exercício Denize Cruz e pela secretária-geral Inara Ruas, na qualidade de presidente do Conselho Estadual de Saúde. Também estiveram na sessão as assessorias jurídicas da capital e do interior.

Em relação às rescisões, SERGS, Sindifars e Sintargs ainda aguardam a documentação dos trabalhadores demitidos, bem como o cronograma das homologações. Com esses documentos, os trabalhadores já poderão encaminhar seguro-desemprego e FGTS. A Fundação Cardiologia se comprometeu a fornecer os documentos até o final desta semana. As demais verbas rescisórias seguem com impasse, pois o governo do RS não trouxe nenhuma proposta de apoio na mediação, alegando não haver previsão orçamentária para este fim.

Em Alvorada, cidade onde cerca de 490 trabalhadores ficaram sem emprego e sem verbas rescisórias, não houve avanço na possibilidade de contratação dos profissionais dispensados pelo novo gestor CHS- Associação Beneficente João Paulo II. O representante da Associação informou que atualmente há 150 trabalhadores ativos no Hospital de Alvorada, além de terceirizados, e que nenhum destes manteve vínculo empregatício anterior com a Fundação Cardiologia.

Após debates, os sindicatos se comprometeram a levar à apreciação das respectivas categorias o compromisso de não questionar judicialmente, de forma coletiva (ressalvadas as ações individuais), a questão relativa à responsabilidade decorrente de eventual sucessão trabalhista entre a Fundação Cardiologia e a Associação Beneficente João Paulo II. Em contrapartida, a Associação se comprometeria a contratar os empregados dispensados que tiverem interesse na contratação para a recomposição dos postos de trabalho. Até a próxima sexta (3), a gestão do João Paulo II apresentará um quadro com as vagas já preenchidas e os postos de trabalho disponíveis por categoria aos sindicatos.

 

Viamão também na pauta

Também foi discutida na mediação a venda do prédio do Hospital de Viamão pelo Cardiologia ao município, para quitação de dívidas trabalhistas, e a transferência da instituição para um novo gestor (ainda indefinido pelo Estado).

O acordo firmado para venda do prédio do Hospital de Viamão pela Fundação Cardiologia prevê o uso do dinheiro – R$ 21 milhões – para quitação das verbas rescisórias dos trabalhadores desta unidade.

O excedente deste valor inicialmente seria usado para adiantar parcelas das rescisões de demitidos na capital, mas os sindicatos propuseram o uso desta verba para o pagamento parcial das rescisões dos trabalhadores de Alvorada, que hoje são os mais desassistidos e sem perspectivas, pois estão sem empregos e nada receberam até o momento. A Fundação Cardiologia e seus Administradores Judiciais se comprometeram a analisar essa possibilidade e enviar uma resposta até o final da próxima semana.

 

Próximos passos

Ao final da mediação, as assessorias jurídicas dos sindicatos solicitaram ao governo do Estado cópia de toda a documentação referente aos contratos com os novos gestores em Cachoeirinha e Alvorada e distratos com o Cardiologia, bem como os atos fiscalizatórios que estão sendo realizados desde a transição. Uma nova sessão de mediação está agendada para o próximo dia 23 de maio, às 15h.

 

 

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