SERGS debate detecção precoce e prevenção de câncer de mama e ovário no RS

No Dia Mundial de Combate ao Câncer (8/4), o SERGS participou da audiência pública da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa para tratar da garantia de exames genéticos e procedimentos de saúde para mulheres de alto risco de câncer de mama e ovário na detecção precoce e na prevenção dessas doenças. O deputado Neri, o Carteiro, presidente da Comissão, passou a condução da mesa para a deputada Delegada Nadine, proponente do tema. A enfermeira Inara Ruas representou o SERGS e o Conselho Estadual do Saúde (CES-RS) na audiência.

Em formato híbrido, o evento teve a participação de especialistas no tema, representantes de entidades e pacientes. Todos defenderam a importância do rastreamento e do acesso a exames preventivos para buscar reduzir os óbitos por estes tipos de câncer no RS.

Presidente da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) e fundadora do Instituto da Mama do RS, a mastologista Maira Caleffi, falou da jornada das mulheres com câncer de mama e da importância do trabalho de navegação, que é o procedimento de acompanhamento dos casos de suspeita ou de confirmação de câncer de mama, com abordagem individual dos pacientes e com o objetivo de prestar orientação e agilizar o diagnóstico e o tratamento. Ressaltou a importância da “enfermeira navegadora” no acompanhamento das pacientes, a fim de que todos os protocolos sejam cumpridos.

Maira também destacou a importância de conseguir implantar a testagem genética e genômica no SUS. Informou que há cinco estados que já aprovaram lei que prevê a realização dos testes (DF, GO, MG, RJ e AM) e que o Rio Grande do Sul poderia ser o sexto estado a aprovar uma lei nesse sentido e um dos pioneiros a implementá-la.

Em sua fala, Inara Ruas abordou sua experiência profissional como enfermeira de atenção básica. “Algumas das usuárias que encaminhamos levaram anos para ter acesso à mamografia”, comentou. Rebateu a meta do Plano Estadual de Saúde 2024-2027 de elevar o rastreamento por mamografia de 0,30% para 0,35%. “Isso é uma vergonha, uma meta muito tímida para um Estado que é campeão em adoecimento e óbitos por câncer de mama”, afirmou.

Inara reforçou a importância dos profissionais da saúde no acompanhamento de pacientes com suspeita ou em tratamento de câncer de mama ou ovário. “Infelizmente com a atenção básica quase 100% terceirizada, como ocorre em Porto Alegre, fica difícil criar vínculo com a comunidade e, assim, estabelecer formas de prevenção e detecção precoce”, lamentou.

O SERGS apoia toda e qualquer iniciativa para acelerar na prevenção e tratamento de todos os tipos de câncer. E defende o papel de enfermeiras(os) no acompanhamento da população.

 

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