Prefeito de POA encerra mandato demitindo profissionais da saúde, em plena pandemia
IRRESPONSABILIDADE!!! Essa é a palavra que traduz a demissão de 1,3 mil trabalhadores concursados do IMESF nesta segunda, 7 de dezembro. No apagar das luzes de sua gestão e em meio ao agravamento do quadro da pandemia de Covid-19 na capital e em todo o RS, o atual prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Junior, não hesitou em dispensar estes profissionais, descumprindo, inclusive, liminar da desembargadora Maria Madalena Telesca, que previa pagamento de 40% do FGTS e demais verbas rescisórias em caso de desligamentos. Os avisos-prévios, totalmente irregulares, também vieram sem assinatura do empregador.
Na semana passada, vereadores de Porto Alegre tentaram articulação com o prefeito eleito Sebastião Melo para buscar uma alternativa para o impasse, sem sucesso. “Esperávamos que o novo prefeito se sensibilizasse e buscasse um caminho para evitar as demissões, absorvendo os concursados”, afirma o enfermeiro e delegado sindical do SERGS no IMESF, Estêvão Finger.
Diante da intempestividade e irregularidades nos desligamentos, os sindicatos irão mais uma vez recorrer à Justiça para suspender as demissões até que o novo prefeito assuma, em janeiro próximo.
Fechamento de postos e acusações levianas
Na página oficial da PMPOA, a notícia sobre as demissões no IMESF lamenta o tempo perdido para a terceirização da atenção básica, buscando responsabilizar e culpabilizar os sindicatos. De acordo com a presidenta do SERGS, Cláudia Franco, quem sempre se furtou do debate foi o atual prefeito Marchezan, que nunca sentou à mesa para buscar uma alternativa com os trabalhadores concursados e seus representantes.
Além da demissão de 1,3 mil profissionais da saúde em pleno dezembro, soma-se ao caos na saúde de Porto Alegre o fechamento de quatro postos de saúde da capital – Laranjeiras, Elizabeth, Pitinga e Jenor Jarros – deixando desassistida parcela importante da população dos bairros das zonas sul, leste e norte de Porto Alegre.
“É lamentável ver esse descaso todo com a saúde dos porto-alegrenses, em plena pandemia”, protesta o enfermeiro e delegado sindical do SERGS no IMESF, Estêvão Finger.