Repúdio à agressão aos enfermeiros – a ciência e a solidariedade na luta contra o fanatismo

 

O Dia do Trabalho de 2020 foi bem diferente, em função da pandemia do Covid-19. Sindicatos e entidades não puderam realizar suas tradicionais manifestações de rua neste dia. Um grupo de profissionais da Enfermagem realizou um ato pacífico e silencioso na Praça dos Três Poderes, em Brasília, usando jalecos e máscaras e empunhando cruzes em memória dos profissionais da saúde mortos desde o início da pandemia, defendiam o isolamento social, preconizado pela OMS e entidades científicas de todo o mundo, e exigiam o fornecimento de EPIs aos profissionais.

Infelizmente, a intransigência mais uma vez falou mais alto. Os profissionais foram agredidos verbal e fisicamente por pessoas vestidas de verde e amarelo, que diziam apoiar o presidente da República. Foram chamados de “covardes, sem vergonha e analfabetos funcionais”. Após a agressão, o grupo de enfermeiros teve de sair do local, escoltado por policiais militares.

O SERGS repudia este episódio lamentável ocorrido no Dia do Trabalho. Segundo Inara Ruas, diretora do SERGS, o fato só reafirma o discurso do ódio que vigora em muitos setores da nossa sociedade nos dias de hoje. “É triste demais ver loucos sem máscara cuspindo na enfermagem, agressores odiosos de uma terra sem lei. Mais uma vez, nossa profissão foi vilipendiada, quando se põe o fanatismo político acima da segurança e da democracia”, diz.

Muitas entidades já estão se manifestando repudiando e tomando as medidas cabíveis em relação a agressão contra estes colegas. O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) está fazendo representação contra os agressores no Ministério Público Federal. O presidente da entidade, Manoel Neri, disse que não será permitido ódio irracional e violência gratuita e que a ciência e o espírito de solidariedade social devem prevalecer.

 

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