CNTSS/CUT repudia ataques de Guedes aos servidores públicos
O SERGS compartilha a nota de repúdio emitida pela CNTSS/CUT – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social, representante dos profissionais das áreas de Saúde, Previdência e Assistência Social do setor público nas três esferas de governo, assim como do setor privado, em relação às declarações dadas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, na última sexta-feira, 07 de fevereiro, quando, de forma ofensiva e desrespeitosa, proferiu ataques grosseiros contra o funcionalismo público ao classificar o servidor como um parasita que causa o enfraquecimento do Estado brasileiro. A presidente do SERGS, Cláudia Franco, é diretora de Movimentos Sociais da entidade.
A desqualificada declaração do ministro aconteceu durante seminário sobre Pacto Federativo realizado na FGV/ EPGE – Escola Brasileira de Economia e Finanças da Fundação Getúlio Vargas, quando defendia a proposta do governo de Reforma Administrativa, que deve ser entregue à Câmara Federal ainda esta semana. “O hospedeiro está morrendo, o cara virou um parasita, o dinheiro não chega no povo e ele quer aumento automático”, declarou. O “cara virou um parasita”: foi nestes termos que o ministro se referiu aos profissionais do serviço público que exercem suas funções em toda a estrutura estatal nas três esferas de governo.
O disparate proferido por Guedes aconteceu para ilustrar outra opinião nefasta do ministro, a que os servidores públicos não devem ter direito a reajuste anual de salários por, segundo ele, terem os “privilégios de estabilidade no emprego e aposentadoria generosa”. É de conhecimento de todos que o último acordo salarial negociado com o governo data de 2015. Não é a primeira vez que o governo de extrema-direita e ultraliberal de Bolsonaro/Guedes ataca os servidores com a finalidade explicita de colocar a população contra estes trabalhadores, ao mesmo tempo em que desvia a atenção da nefasta política econômica deste governo que destrói direitos trabalhistas, sucateia o Estado e não apresenta nenhuma proposta de crescimento econômico ou de respeito a soberania nacional.
Os impropérios proferidos por Guedes atingem 12 milhões de trabalhadores que investiram tempo e dinheiro próprios visando garantir a profissionalização necessária para exercer suas tarefas dentro da estrutura estatal. O fato é que a prática de assédio institucional do ministro tem se tornado rotina e já se configura, para muitas entidades dos trabalhadores, merecedora de medidas legais cabíveis. Este último fato tem recebido grande repercussão entre os servidores e suas entidades, que vêem no ato uma agressão gratuita não só ao funcionalismo, mas também ao Estado brasileiro, legitimamente construído a partir do trabalho destes profissionais.
Fato é, também, que estas declarações têm o papel de se apresentarem no jogo político como cortina de fumaça que visa esconder não apenas a incapacidade deste governo em gerenciar o Estado de forma democrática, mas, principalmente, seu projeto político ultraliberal de entrega da estrutura do Estado para ao capital privado. Neste sentido, a política apreendida não se permite a valorização dos servidores, a ampliação da infraestrutura estatal e o compromisso com a melhoria dos serviços prestados à população. Em outras palavras este governo é a negação do seu papel frente aos princípios republicanos.
A CNTSS/CUT tem intensificado permanentemente sua ação de resistência contra o projeto político inaugurado com o golpe de 2016 que procura, entre outras medidas, desqualificar o serviço e os servidores públicos e sucatear o Estado brasileiro. Tem, por meio de suas lideranças, defendido a pauta do serviço público em todas as instâncias do governo e do parlamento. Desta forma, conclama, mais uma vez, seus dirigentes e os trabalhadores de sua base a reagirem e resistirem a mais este ataque proferido por Guedes, a partir da mobilização em seus sindicatos e com a integração na agenda nacional estabelecida pela CUT para combater as medidas deste governo. A unidade e a resistência dos trabalhadores são fundamentais para derrotar as políticas de morte da dupla Bolsonaro/Guedes.