SERGS participa de debate sobre piso salarial e jornada de trabalho, no Fórum AEHCPA
O VII Fórum da Associação dos Enfermeiros(as) do Hospital de Clinicas de Porto Alegre (AEHCPA) foi realizado nesta terça (21), com transmissão pelo youtube da entidade. Com o tema “Piso Salarial e Jornada de Trabalho? Conquistas e Perspectivas”, os palestrantes foram as enfermeiras Fábia Richter, ex-prefeita de Cristal de 2013 a 2020, Rejane de Almeida, Deputada Estadual do Rio de Janeiro, e o enfermeiro Daniel Menezes de Souza, conselheiro do COFEN.
A mesa de abertura contou com a participação de Ninon Girardon da Rosa, diretora de enfermagem da HCPA, Rosangela Gomes Schneider, Presidente do COREN-RS, e Claudia Ribeiro da Cunha Franco, Presidenta do SERGS. A mediação ficou por conta de Maria Conceição Proença, enfermeira da AEHCPA.
Em sua saudação, Claudia Franco expressou que o PL 2295/2000 aprovado no Senado, e que deve ser levado ao Congresso, não foi o modelo ideal. A presidenta do SERGS lembrou a possibilidade de o piso se tornar um teto, uma vez que as relações de trabalho entre empregados e empregadores ficaram fragilizadas com a reforma trabalhista, aprovada em 2017 no Governo Temer. “Ao longo dos últimos anos as convenções coletivas têm sido cada vez mais precarizadas, beneficiando os interesses lucrativos de hospitais em contrapartida aos interesses da enfermagem”, afirmou Cláudia.
Para o enfermeiro Daniel Menezes de Souza, conselheiro do COFEN, o projeto anteriormente não estabelecia que a jornada de trabalho seria de 30 horas semanais. Para ele, embora tenha sido alterado significativamente, o PL não representou apenas derrotas.
Para a enfermeira, e deputada estadual pelo Rio de Janeiro, Rejane de Almeida, sem a presença da enfermagem no parlamento o PL não deve passar no Congresso, devido ao forte lobby das entidades que representam os hospitais no país. O argumento é de que a aprovação do PL do Piso da Enfermagem irá fechar hospitais, enquanto entidades representantes da enfermagem afirmem que isso não irá ocorrer. “Esse debate precisa ser aprofundado com a sociedade e o congresso”, comentou a deputada durante a live.
A enfermeira Fábia Richter, ex-prefeita de Cristal de 2013 a 2020, relembrou que existem muitos interesses no Congresso. Há um interesse velado no adoecimento da população, pois assim existem setores econômicos que enriquecem com pessoas doentes. Ela ainda reafirmou que essa luta é algo muito maior que o benefício próprio. “Estamos falando de uma profissão que milita a favor da saúde. Não é nosso interesse militar a favor da doença. Nosso interesse é que as pessoas não adoeçam, porque nós não ganhamos dinheiro com doença”, concluiu. Ao atestar que é a enfermagem que está nos postos atendendo e acolhendo o cidadão, ela reforçou a importância do SUS. Outro ponto é o fortalecimento da classe para lutar por melhorias de trabalho, que impactem sua vida pessoal, e que atinjam a sociedade de maneira geral.