CES atento às questões orçamentárias do SUS no RS

A enfermeira Inara Ruas é diretora do nosso sindicato. Recentemente, ela também assumiu a vice-presidência do Conselho Estadual da Saúde e neste momento é sua presidenta interina. Portanto, ela tem um duplo papel de defender a Enfermagem e o SUS. Conheça seu ponto de vista:

SERGSQue avanços representou a criação e implementação do SUS?

Inara – O SUS é o melhor plano de saúde a nível mundial, sua criação e implementação representa democratizar o acesso a todos os níveis de atenção (básica, média e alta complexidade) para a população brasileira, é reconhecer o desvalido como cidadão. É garantir o direito do desempregado, do morador de rua, do presidiário, do idoso, da mãe solo, da gestante a um atendimento igualitário, universal e equanime. O SUS nasceu na Constituição de 1988 e veio com o papel fundamental de nortear a assistência integral a população brasileira.

 

SERGSO que significa acesso universal e igualitário?

Inara – Universal quer dizer para todos, igualitário quer dizer de forma igual, sem discriminações de etnia, condições sócio econômicas, gênero, cor. O SUS é um modelo “comunista” que deu certo e continua dando certo há mais de 30 anos.

 

SERGS  – Como o SUS se organiza na federação, estados e municípios?

Inara – Tem que ficar claro que o SUS não se resume à assistência à saúde, seu conceito é amplo, e o País, estados e municípios devem seguir seus princípios, diretrizes, objetivos e metas.

 

SERGSDe que forma a sociedade civil pode contribuir para a gestão do SUS?

Inara -A sociedade contribui se mantendo informada, participando do Controle Social (Conselhos locais, distritais, municipais, estaduais e Nacional), tenho como máxima que quem tem a informação tem o poder! A sociedade civil cabe estar atenta para que os direitos conquistados não sejam dilacerados.

 

SERGSQuais são os grandes desafios do SUS no Brasil de hoje? E que riscos ameaçam o sistema hoje?

Inara – Entre os desafios do SUS está a EC 95 que congela por 20 anos os gastos com saúde e a reforma administrativa que precariza as condições de trabalho do funcionalismo público, que tira garantias trabalhistas históricas.  O SUS vem sofrendo ataques de todos os lados, seja da iniciativa privada que vê possibilidade de lucro nos segmentos em que o SUS atua, seja dos gestores públicos que incentivam a terceirização dos profissionais da ponta e por fim, da própria população que não entende o valor do SUS ! É claro que ninguém é ingênuo para achar que não há falhas, elas existem, mas estamos aqui para olhar e melhorar. Eu considero o SUS efetivamente como democrático, atuante e que tem um belo caminho ainda a ser trilhado. Nós do CES/RS estamos sempre atentos as questões orçamentárias, ao cumprimento dos 12% recomendado pela Constituição para que os municípios e estados invistam na Saúde, e que , quando recebemos os RAG ( Relatório Anual de Gestão) verificamos que com muito esforço se aproximam de 7%. E nosso papel como Controle Social é de fiscalizar e cobrar que as metas, objetivos e diretrizes acordados no PES (Plano Estadual de Saúde) sejam cumpridos e não firam os princípios do SUS.

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