FHGV: aditivo proposto pela instituição desrespeita a categoria, iludindo com premiação
Desde o último dia 26 de março, o SERGS aguarda uma nova redação de aditivo ao Acordo Coletivo com a Fundação Hospitalar Getúlio Vargas (FHGV), conforme tratado em reunião com seu diretor Gilberto Barrichello. Na ocasião, a proposta da Fundação de atrelar a concessão de um Prêmio Assiduidade à implantação do regime 12×36 diurno teve imediatamente a contrariedade do SERGS, representado na reunião por seu vice-presidente Ismael da Rosa. A Fundação tem unidades hospitalares em Sapucaia do Sul e Tramandaí.
“Não concordamos com este regime, contrário a todas as negociações já praticadas pelo Sindicato, principalmente neste momento de sobrecarga de trabalho para os trabalhadores em função desta pandemia”, afirma Ismael. “Estamos de acordo com o bônus por assiduidade, mas não vamos ceder em relação à carga horária”, complementa. Veja o acordo coletivo que não prevê este regime:Acordo-Coletivo-Sapucaia-do-Sul-Enfermeiros-e-Farmacêuticos-assinado-em-09-de-agosto-de-2019
Aceitar essa proposta é prejudicar a categoria, depois de anos de luta para incluir folgas e regimes de trabalho que preservem minimamente a qualidade de vida e saúde dos profissionais. “Há muitos anos, a luta das entidades tem sido pelas 30h na Enfermagem e aceitar um regime desumano como o de 12×36 diurno seria um enorme retrocesso”, observa Ismael.
Não é hora dos enfermeiros e enfermeiras se iludirem com propostas de bonificação que serão pagas somente daqui a dois meses. Vale lembrar o histórico de atraso de salários e de tentativas de reduzir insalubridade e adicional noturno por parte desta instituição, o que foi vencido na justiça, após mobilização e greve dos trabalhadores.
A luta deve ser coletiva, pensando no bem-estar de todos os colegas. A enfermagem está na linha de frente desta pandemia e exige respeito e valorização. O Prêmio Assiduidade é bem-vindo neste momento em que tantas famílias estão empobrecidas, mas atrelá-lo a um regime desumano e injusto de trabalho demonstra total falta de ética da Fundação com seus profissionais, principalmente por tentar iludi-los com uma suposta premiação.